quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Lhe peço encarecidamente me deixe

A moça da Mata não quer... não me deixe só, eu tenho medo do escuro, eu tenho medo do inseguro dos fantasmas da minha voz... mas  também diz sou perigosa sou macumbeira! Então eu digo...
Me deixe, me deixe comigo, me esqueça, me largue, me abandone, quero viver outra vida, quero ser eu, quero acontecer em mim e ser responsável pelas minhas tristezas, somente eu... não permitirei que me deixem triste, se é para se ter tristeza, eu gostaria de ser responsável por ela!!!
Chega, não permitirei a minha vida nas mãos de um bandido, de uma pessoa sem história real, vivendo de fantasias, da condição de retorno para algo que é falido, para algo doente, vivendo o clico vicioso do erro agressivo e desrespeitoso... No teu dicionário não existe a palavra respeito assim como no meu é difícil se conjugar o perdão...
Dessa história teremos algumas lembranças boas e ruins, valeram porque foram verdadeiras, mas o que valeu a pena foi receber o que a vida me deu, umas meninas, minhas meninas, eu sei o centímetro de cada dor doída na carne, na alma, na lágrima, eu sei quanto me custa e quanto é precioso o bem estar dessas pequenas, que de pequenas não tem nada, são gigantescas almas que vieram me acolher e mostrar que a vida apesar dos espinhos tem as rosas e o perfume, me bastando a certeza de que vale a pena viver e pelo que viver.
Eu sei que nunca será capaz de entender a minha dor, mas também não saberá e não poderá sentir o que é construir um lar, uma vida, um trabalho, um jardim, uma morada porque não sabe o valor que a vida tem, de cada ente querido, de cada tijolo assentado porque a sua profissão é devastar, “desconstruir”, é descer até a última possibilidade do inadmissível e pior sem olhar para trás, cego da alma, sem enxergar o mau que se faz que se propaga que deixará como herança para os seus... Quando perguntarem quem sou e o que fiz, poderei responder a lista das minhas tarefas e o que construi, agora como será quando te perguntarem quem é você e o que fez?