sexta-feira, 23 de julho de 2004

Minha terra...

A São Paulo do bonde,
doS paralelepípedoS,
dos chorinhos...
será que não existe mais?
A encontro nas paredes de um aconchegante café,
em uma dessas tardes,
com os seus retratos que revelara tímida.
Parecia cidade de um só dono,
pequena,
próxima,
elegante...
Agora quem és?
Uma multidão ,
que ano a ano
parece ter a identidade de todos,
aqui todos são daqui!
Diz Tom Zé “... aglomerada solidão”
Hoje a vejo pela janela infinita,
meus olhos mal conseguem olhar a sua imensidão,
o que me leva crer que podemos chamar-te,
Cidade sem dono,
ou melhor,
Cidade de todos...

São Paulo - 450 anos – 2004
Tânia Peres

Parte II
...e  tu agora consolação faz parte de minha vida,
está na janela de minha guarida,
 é a minha vista e minha cena
talvez antes eu não caberia aqui,
mas hoje decadente,
submundo,
“verso e reverso”,
é o meu morar...
com suas sinfonias arranhadas e seus ruídos, vivo aqui,
atrás não parece que é aqui, mas é...
é sim, é a mesma cidade de todos,
é a consolação que se consola a cada por de sol pela janela do meu ap.
é o meu logradouro, apenas consolação
2007
Tânia Peres