A cidade cheira odores da alma e do corpo. Há corpos vivos que mais parecem mortos...
Dormem e sonham, fogem da realidade dos odores fétidos que produzem para a cidade, mas suas utopias, as mais íntimas estão além do espaço urbano imundo, e assim vão vivendo mais dos sonhos letárgicos que da própria irrealidade das suas vidas pobres...
Pobres corpos fedorentos, vivos por um suspiro, quase moribundos, agonizando, mortiços
Acordam para suas vidas irreais e graças ou desgraçadamente sobrevivem na metrópole perdidos de si, dos outros e de todos, aguardam a morte como uma única verdade para sua fuga.
Parte II
Não é fácil viver ao céu aberto, ao vento sujo, ao cárcere livre, sobreviver ao pedido do pão nosso de cada dia, viver de migalhas, prorrogando a vida, esticando o sofrimento até onde der para agüentar